A mãe natureza chora
Ontem estava a passarinhar
Quando gotas caíram sobre mim
Eram as lagrimas de um triste sabiá
Perguntei-lhe porque estava assim.
Respondeu-me melancolicamente:
- sei que vai me estilingar
Então lhe disse: fique contente,
Que nunca irei lhe matar.
Retrucou: não morrerei de pedrada,
Mas com tanta poluição, não escaparei.
Amanha voarei e não acharei água
Acharei sim, fumaça de queimadas.
- Acharei os caçadores e os passarinheiros
- Acharei Índios chorando, pela mata,
Onde caçavam e, já foram guerreiros;
Onde hoje mora o motor, que desmata.
Interrompendo-lhe disse: isso não acontecera,
Pois a natureza tem o poder da regeneração.
Ele disse: é! Mas dessa vez ela não vencerá,
Pois os homens de hoje, não tem coração.
Disse ainda: o homem nasceu da terra,
Mas é filho ingrato, hoje a mãe natureza chora,
Ao vê alguns filhos, contra ela nessa guerra,
A mãe pede paz, aos seus filhos nesta hora.
Eu fiquei calado, diante de tamanha verdade.