Erva paradoxal
Erva paradoxal,
tua existência
nada, nem um pouco é normal:
de uns, sorvestes a vida,
enchestes de intrigas os ervais;
e os que deveriam ser cheios de razões
encheram os corações de peçonhas,
transformando-se em irracionais.
Do outro lado da anti-tese
tecestes as amizades
que, nas calçadas,
de manhã, à tarde,
de noite, nas madrugadas,
têm gente acalmando o calor,
ou se enchendo do outro: o humano.
Con la guampa, de mano en mano,
lá vai a erva
que, com a água fria
sacada de la nevera
esfria a alma
y amplía la frontera.
Obs.: Este texto é uma homenagem a esta bebida tão singular de nossa fronteira paraguaia que a cada dia se desfronteiriza e uma das causas é o tereré. Desde os tempos pós-Guerra do Paraguai, até os nossos dias, ela preenche o nosso cotidiano.