Saudades de ti, Sá Rosa.
Sá Rosa, negra boa
De olhos negros
Corpo franzino
Que na minha infância muitas histórias contou.
Negra, escrava
Mesmo liberta
Aos seus patrões se curvou
Tão pequenos foram os seus passos
Não saiu da roça ou deste lugar
Mas os teus sonhos
As aves que os trouxeram de longe
Muito mais longe os quiseram levar
Ah! Sá Rosa
Negra boa de bons sonhos
Seus doces, pé - de- moleque e cuscus
Como eram deliciosos!
Seu passado não se esquecia
Veio de outra terra
Veio de tão longe
De barco ou de navio para aqui se fixar
Seus pés rachados pelo tempo
Suas mãos calejadas de trabalho
E um sorriso sempre nos lábios
Saudades de ti, Sá Rosa!