Comitiveiro
Comitiveiro que comia
o pó da estrada,
agora come o pão que o diabo amassou;
a sela ele pendurou,
pendurou seus sonhos;
a altivez na montaria
cedeu a vez
para o monstro de rodas.
E quem se incomoda?
O berrante de tão passivo,
no grande abandono,
ficou distante do seu dono,
mais ativo para a aranha
que emaranha sua teia
em seu bocal
e o transforma em cadeia
a utilidade daquele que para muitos
representou a liberdade.