Ai, que sina...
Antes do almoço,
Flora repete mais para si,
Depois de ajudar a mãe
A cuidar dos três irmãos menores
E da casa de dois quartos,
Que não quer se casar.
É cozinhar arroz e feijão,
Limpar chão... (todo dia!).
Que o pai diz sem alegria,
Já estar traçada
A história da menina.
Todavia Flora, diante do fogão a lenha,
Admira as faíscas escaparem no vento,
Mesmo quente em janeiro,
(Pois se é todo carregado
Do clima do Nordeste!),
Como se ela fosse especial
E pudesse fugir da sina da vida
Das mulheres do sertão!
Ah, mas sonhar é muito importante...!