Menino do rio
Menino do rio.
Que nasceste
Se banhando nestas águas.
Que cresceste ouvindo estórias de pescadores.
Que te fortaleceste comendo moqueca de peixe.
Menino do rio.
Que cantas as canções populares.
Que frequentas as festas religiosas.
Referentes ao teu rio.
Que vês tua mãe a bordar
A história desta tua vida
Na ponta dos dedos
Na ponta da agulha.
Menino do rio
Que mergulhas nessas águas esverdeadas
Do São Francisco.
Que contemplas a Ponte de Propriá.
Esta beleza de arquitetura sobre o rio.
Que andas nos arcos da ponte nas procissões do Bom Jesus.
Que Enfeitas a ponte à espera da lancha com a multidão.
Que contemplas o barulho dos fogos dos mastros em competição.
Menino do rio
Que linda cidade você tem!
Menino forte rio.
Não queres aprender
O ofício de pescar.
Não queres prolongar as tradições de tua terra.
Sais em busca de melhores dias.
Já que não tens incentivo pra viver no teu lugar.
Não queres conhecer tuas tradições.
Menino do rio
Que buscas tuas melhoras.
Que andas na lancha atravessando os Estados
Que sentes o calor trazido pela região sertaneja
Que sentes o vento nos teus cabelos
Sentado no cais,
No cais de Propriá.
A contemplar o anoitecer
E sentes como é bom viver.
Que sempre luta para melhor viver.
Que brinca nas calçadas a correr
E sente de perto o sofrer.
E nunca fica sem saber
Pois sempre busca aprender.
Menino livre do rio.
Buscas sempre ter em mente
Tua velha e linda história.
Guarda-a na tua memória.
E serás um cidadão.
Cálamo de Poesia
05.02.13