Incelença para o amor fraternal
Como o crepitar de chamas eternas,
A consumir um vil coração,
Ou a fúria de um super vulcão,
A abalar as estruturas da Terra;
Eis o que nos faz a guerra!
Pois hoje, aqui compungidos,
Sem nenhuma alegria, por triste ocasião,
Semblante decaído e real comoção!
Lamentamos a inevitável sorte:
Não há quem escape da morte!
Esse insone companheiro,
Que em vida, nos deu alegria,
E a todos, agradável servia,
Era o que tínhamos de herança;
Deixou-nos a última esperança!
E o que nos aguarda agora,
A deriva, num mar de loucura?!
Aonde a mais pacata criatura,
Acometida de um lampejo mal;
Converte-se em medonho animal!
Os tempos vindouros definham!
O ser humano perdeu o respeito,
Por si, pelo outro e pelo direito,
E a existência a nós confiada;
Outrora preciosa, já não vale mais nada!
Bichos de estimação, comendo caviar!
Crianças passando fome, aos milhões,
Novo ricos comprando aviões!
Pobres e mendigos, incinerados,
E Pais chorando desconsolados!
Rendidos, lancemos os olhos,
Em direção ao céu infinito,
E clamemos urgente, ao Deus Bendito,
Que de nós tenha compaixão;
Pois os homens perderam a razão!
Vamos, venhamos e enterremos,
Com lágrimas e com amargura!
E cravemos na lápide escura,
Um epitáfio sincero e mordaz:
O amor que restava nos homens; aqui jaz!
Edson