Incelença para o amor fraternal

Como o crepitar de chamas eternas,

A consumir um vil coração,

Ou a fúria de um super vulcão,

A abalar as estruturas da Terra;

Eis o que nos faz a guerra!

Pois hoje, aqui compungidos,

Sem nenhuma alegria, por triste ocasião,

Semblante decaído e real comoção!

Lamentamos a inevitável sorte:

Não há quem escape da morte!

Esse insone companheiro,

Que em vida, nos deu alegria,

E a todos, agradável servia,

Era o que tínhamos de herança;

Deixou-nos a última esperança!

E o que nos aguarda agora,

A deriva, num mar de loucura?!

Aonde a mais pacata criatura,

Acometida de um lampejo mal;

Converte-se em medonho animal!

Os tempos vindouros definham!

O ser humano perdeu o respeito,

Por si, pelo outro e pelo direito,

E a existência a nós confiada;

Outrora preciosa, já não vale mais nada!

Bichos de estimação, comendo caviar!

Crianças passando fome, aos milhões,

Novo ricos comprando aviões!

Pobres e mendigos, incinerados,

E Pais chorando desconsolados!

Rendidos, lancemos os olhos,

Em direção ao céu infinito,

E clamemos urgente, ao Deus Bendito,

Que de nós tenha compaixão;

Pois os homens perderam a razão!

Vamos, venhamos e enterremos,

Com lágrimas e com amargura!

E cravemos na lápide escura,

Um epitáfio sincero e mordaz:

O amor que restava nos homens; aqui jaz!

Edson

edsongs
Enviado por edsongs em 16/05/2012
Reeditado em 16/05/2012
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