Um poeta baiano

A quem ama a Bahia.

Nasce mais um poeta na Bahia

Ao alcance do tabuleiro e da favela

Mas quem é do samba pode sambar;

Do xingado é capoeira

E quem é do santo pode girar.

Não ignoro essas poesias complexas

Mesmo que a minha seja popular

Conheço vocábulos e até demais

Mas isso não me sufoca.

Duvido se existe poeta que pensa poesia

Muito menos tentar pensar

Acontece que se torna burocracia

O leitor cochila quando a (almeja);

Vingar? Para quê?

A poesia nasce sem precisar da fecundação

Implorar?

É sentir solidão.

Por isso que na laje da cabocla

Convido o mulato para recitar

Pois quem é do samba pode sambar

Quem é do santo entra na roda.

Nasce mais um poeta na Bahia

Assim como nasce a sua poesia

Mas admirada com o negro

Com seu canto fúnebre de agonia.

Nasce mais um poeta na Bahia

Assim como a letra de uma canção antiquada

Posto que seja meiguice meu verso nato

Assim como a caneta é a faca e o livro, o prato

Minto? Não. Se sou baiano!

Sou poema de Cayme que o mar

(Revela)

A brandura de Canô que renasce em Caetano

(Eu sou)

Mais um poeta da Bahia

(Amor).

Uilson Silva
Enviado por Uilson Silva em 24/07/2011
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