SERAPIÃO
 
 
Serapião era um cabra macho
Lá das bandas do sertão
Trazia espinhos no peito
E um facão na mão!
 
Medo todos lhe tinha
Por não ter piedade
Dos que faziam o mau
E agiam com crueldade!
 
Era um defensor
Da vida, dos pobres animais
Enfrentava sem temor
A quem judia demais!
 
Andava sempre altivo
Com seu facão a mostrar
Que quem judia do bicho
Uma surra iria levar!
 
Porém algo havia
Que fazia Serapião tremer
Quando passava Maria
Com seu quadril a mexer!
 
Serapião suava
E tremia a sua mão
De tanto que amava
Maria seu sonho dantão!
 
Nesta hora virava
Menino tímido inseguro
Por não conseguir falar
O que trazia no escuro!
 
Sonhava até ela chegar
Mas a voz não lhe saía
Olhava nos olhos verdes
De Maria e sorria!
 
O tímido sorriso do cabra
Que mesmo muito machão
Tremia igual à geléia
Pela dor no coração!
 
Nesta hora tomava
Fôlego pra respirar
Pois o ar lhe faltava
Do amor que queria dar!
 
Mas Maria faceira
Que já descobrira a verdade
Sorria e acenava
Deixando no cabra a saudade!
 
Serapíão jurava
Um dia conseguir
Domar a fera mulher
Que Maria trazia em si!
ROSA SERENA
Enviado por ROSA SERENA em 08/10/2010
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2544445
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