CANDANGONAUTAS
Em que mar secos, intempéries
Navegam os candangos sonhadores?
As árvores retorcidas sorrindo,
Os Ipês florindo aos senhores...
Os senhores de maletas, servidores,
Mendigos, o idoso doente
Todos argonautas de Brasília
Que oscula ao sol poente!
Oscula com a verdade
E sopra o lume das inquietas W3...
Junta os pedaços do meu dia
Não se esqueçam, sou vocês!
Eu quero meus gramados,
A torre de Tevê!
O ginásio, o estádio
E quero ver você!
É seco, quente ao dia
E frio a noite é verdade!
Um céu azul e minhas mãos
no Parque da Cidade!
Prédios, ruas, conurbações...
Pessoas, as asas – DF alado!
No inverno as cigarras cantam
E amanhã é feriado!
E subamos todos neste pássaro
do Planalto Central...
Pois somos todos passageiros
do Paranoá ao sideral!