Quarto de Ronda
A lua nova balanceando a aspa fina
Firma a retina do azulego.
Cruza um morcego, de relancina,
Rente da crina, em desassossego!
Sigo na ronda, primeiro quarto,
Costa de mato, brilho de estrelas...
Gosto de vê-las, tão simplesmente
Em luz silente, gosto de tê-las.
Quarto de ronda, olhar distante...
Não tem quebrante, não tem delongas.
Na noite longa, um verso a preceito
É rumo feito pra outra milonga.
Tropa cansada caminha pouco.
Um frio de louco, gela até o osso.
Tempo de moço é rio passando,
É corredeira, cachoeira e poço!
Ronda de tropa, berro de gado,
No aramado soluça o vento...
Triste lamento do descampado
Vem no costado do pensamento.