Onde tudo é poesia
Moço eu sou da roça
Mas por favor, não repare,
Nas roupas que estou usando
Porque, estas eu comprei aqui.
Veja moço esta calça de brim
Também esta jaqueta de couro
Este tênis que estou usando
Isto me da vontade de ri.
Moço eu vou explicar
Porque estou vestindo assim
É que eu não encontro palavras
Para que este povo me entenda
Que a roupa não faz o homem
Como certas pessoas pensam
Na roça roupa suja se lava
Roupa puída a gente remenda
Moço talvez eles não saibam,
Que este caipira aqui e um boiadeiro
Também é um modesto produtor de lã
Mas o meu forte mesmo e o algodão
Por isto moço não me incomoda
Saber que as roupas usadas por aqui
Tem um pouquinho de tudo aquilo
Que é produzido lá no sertão
Moço isto não me incomoda
Como não incomoda estas roupas
Velhas e puídas nem este par de botas
Que eu uso no meu dia-a-dia
Veja as minhas mãos calejadas
Pelo duro trabalho que faço na roça
Pois são coisas assim que me inspiram
Viver neste sertão onde tudo é poesia!
Balneário dos Prazeres: 27 / 07 / 2008