LISBOA
Lisboa anoiteceu
À sombra do fado em flor
O Tejo esmoreceu
Nas águas ditou a cor
À alma de um povo triste
Que apesar da dor resiste.
Lisboa vive a saudade.
As janelas miram seu rio.
As colinas aclamam a cidade.
As vielas acorrem ao Rossio.
Nesse encontro o povo insiste
Que é no Fado que subsiste.
Lisboa és corpo e alma
Azáfama de gente a marear
Em tristeza, riso, ou calma
Paradoxo a amar o mar.
Tens por ti o céu em riste
Que em verde esperança pediste.
Lisboa és fado de mar
Abraço de águas de além
Vindo de qualquer lugar
Nostalgia por alguém.
E a chuva que em ti persiste
São queixumes que vestiste.