RUA SABINO PAULO
RUA SABINO PAULO
A Rua Sabino Paulo
Não é a Rua Sabino Paulo.
Não tem, a alguns metros,
ela com o seu pensamento
envolto nas minhas mãos,
que afoitas mergulhavam,
nos negros longos cabelos;
braços labaredando o seu corpo,
num fogo que fluía no rubro
de nossos lábios sedentos.
Os livros que sobre a mesa
desculpa voraz de amantes
os livros lá não têm livros
só saudade dos olhos, diante.
Que lágrimas escorrendo são essas?!
O adolescente sonhante que eu fora,
Tantos voos, tantos aviões contemplados,
Não já viveu uma vida vivida?!
O perfume e os dedos de outrora!
Os beijos que me faziam a aurora!
É tudo que me interessa agora.
E, nem,
perfume
dedos
aurora!
Só um homem que - solitário - chora!
Wilton Porto