Grito as margens plácidas (I)

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, um brado, hoje assombrado

Outrora um som retumbante, agora emudecido, quase caído

Ouvimos gritos, mães, crianças, dores e gemidos.

E o sol da liberdade? Colocado atrás das grades

Sem raios fúlgidos, procuram-se, desaparecidos

Sem brilho, inconstante, na pátria amada nesse instante.

Sem liberdade, vivendo na desigualdade

Jogados a própria sorte, esperando quem sabe a morte

Arrancado o que é conquistado, pelos braços fortes, que Deus nos conforte.

Que Deus te Salve ó Pátria Amada

Tu que foste idolatrada, hoje vive açoitada

Brasil que foi um sonho, sem sorriso, está tristonho.

Onde está o teu amor? Aos prantos sente dor

Teu céu está nublado, e o teu peito rasgado.

Gigante sem beleza, machucada ó natureza

Teu futuro é incerteza

Terra adorada, meu Brasil, ó pátria amada.

Mãe gentil, de filhos desgarrados

Existe uma voz que clama, Brasil há esperança.

André Lisboa
Enviado por André Lisboa em 29/01/2019
Código do texto: T6562495
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.