Minha Cocal: A Ascensão
Ao se reportar à tênue linha do tempo
Desde a tua criação à ascensão
Eis que ela nasce no seio da caatinga
Mesmo ainda pequenina, mas de grande coração.
Minha Terra, Tímida na origem, porém vultosa e viril
És tu, grande dádiva, a minha Cocal
Vê-se que dum mínimo e estreito vilarejo
Torna-se imponente eixo comercial.
Essa terra nasceu da simplicidade do falar, vestir e aparecer
De uma mulher guerreira de calos nas mãos
A própria, Camila, que entre as alamedas e palmeiras
Criava e arava este sertão.
Tu, grande mulher, vistes crescer o teu lugar
Brito, Vieira, Nogueira, França e Silva
O desenvolver de gerações no ventre
Daquele lugarejo que seria o orgulho de todos os seus entes.
E ao falar dessa história, dá-me tristeza a nostalgia do antigo Tamboril
Ao ver aquela grande viúva negra, a Maria-fumaça
Faz-me lembrar da alegria, da festa e do comércio
Minha senhora de ferro, cheia de graça.
No entanto, Senhora de ferro
Carregar-te em teu seio, em um dado momento, um simples errante,
Que pisara em falso delito por conta de uma “Maria fininha”
No qual, tristemente, pagaria com a vida, O próprio João Cartomante.
Mesmo assim, sem mais banzo e delongas
Nem eu mesmo me perdoaria
Não tratar com tanta afeto
Dos Festejos que atraem fiéis, devoção e alegria.
Nessa minha Terra tem primores
Assim como canta um certo sabiá
Da Frecheira ao Engenho Velho
Que até mesmo Gonçalves desejaria visitar.
Discorrer sobre ti, ó doce terra querida
Sabendo da imponência da tua história,
Dos índios aos jesuítas de grande monumento na Lama,
Ressalto apenas aqui meu ufanismo por conta própria.
Dessa forma, Doce Terra da palmeira, caju e Coco Babaçu
Viverei, ti exaltarei, enaltecerei sem pudor
Eis o lugar que quero
Um trovador em terras que jurei o meu amor.
R. Silva