Republiqueta de banana
Ornitorrincos, em suas máquinas aéreas,
planam sobre mim,
enquanto canários belgas destroem
seus viveiros com um canto novo.
Eu, trêmulo, de medo, avisto a bandeira
do Brasil tremulando na trêmula haste.
O segundo sol?
Não...
Quantos sóis veremos chegar
até que demos a corda de se enforcar
ao último que bater a porta
e desligar a luz?
Republiqueta de banana...
Teus são os olhos
de quem a terra há de comer?
Ou são olhos vendidos
para pagar impostos
de preços com o preço do olho da cara?
Brasil... ó meu Brasil
de terras verdejantes
e corrupção, ainda maior do que o verde.
Quem terá pena de ti
quando cair o pano
do teatro do mundo, cruel mundo?