Para Onde Vamos

Para onde vamos

É o canto de interrogação

Daquele negro africano

Que o convulso branco tirano

Arrancou-lhe a Pátria o chão.

Meu Deus, meu Jesus, meu Senhor

Por que a mãe de mim se despojou

Sonho meu que pesadelo se formou

Mas um filho teu remetido ao terror.

Como aves de meu agouro

Arrancaram-me do peito em choro

Sequestraram-me o direito mais tesouro

E deram-me tormento o destino ao verde louro.

E ainda hoje tenho que ser pardo

Pelo fero chicote oprimido e surrado

A pena de morte sucumbido e condenado

Ouvi ó Deus o grito negro que ressoa lado a lado.

Navio negreiro forja maldita

Pelo bandoleiro capitaneado

E as águas mães vendo isso não acreditam

E gemem os mares envergonhados

Escravidão tragédia oceânica

Segregação vergonha mundial

Opressão queima más que larva vulcânica

Vem Senhor Deus livra-nos dessa sentença brutal.

Digamos que a escravidão

Não aceitemos a discriminação

Aos teus Negros ó Brasil tenhas com elas consideração

Pois tu estás na cadeira dos réus

Em cima da terra e debaixo dos céus

E deves aos negros retratação.

Autor Roberto Carlos Neri do Carmo

Castro Alves-Ba, 24/12/2012

Carlinhospoeta
Enviado por Carlinhospoeta em 21/05/2013
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