O mendigo e a poeta
Ela me viu tão invisivel
naquela calçada
como que desejasse eu estivesse
num altar
a sua espera
Pés inchados
roupas rasgadas
além da fome que reside em mim
sou descamisado
sem voto
sem rumo
no escuro da vontade política
O apagão não me abala
Pois já luz, nunca vi
Apenas me ajuda a dormir neste fim
Em apelar vontade secreta
De viver ao lado dela
Com sua luz radiante me ensina
A amar
Tão linda poeta
Sou mendigo na calçada faminto
Não tenho direito a seus braços
Não tenho sonhado com ela
Busco sobreviver em sua margem
E esperar outro hino
Sem plágio
Por ela
Poeta Pátria