Canudos continua...

Ai, Pátria amada

que armada mata seus filhos

trata como crime seus desatinos

enfileira mãe chorosa

que corteja armagurada

Ai, República o que começaste?

Os desalojados não buscaste?

Os aflitos, índios e negros repugnaste?

Que antagônico Conselho tomaste!

Ai, Gueto tão utópico

Que da vargem deste o nome

Como um canudo estreito nomeaste

Sem ser formosa e bela bem dita a favela!

Ai, Tropa de elite esfaimada

Não tem cultura esgoto e água encanada

Mas tem aliciação ao vício, portas derrubadas

Mentes corrompidas infâncias ceifadas

Ai, meu Rei que olhava por nós

Diga a eles que o problema não é policial

Edita a eles que o dilema é fazer entender

Que se merece cuidado social

E pare o funeral!

Ai, coerciva mal direcionada

Como enxuga gelo na favela

Guarda suas balas e entregue-nos

Carteira de trabalho,

pis e a minha bela amada

que não é dragão

mas é minha linda corrompida pátria

Ai, meu Brasil, de norte a sul

pare os tiros e entregue as flores

minha pátria, não morra seus amores...