O CANTO DA NOITE
Boca limpa de palavras, nada faz sentido nessa faina escrava de fazer mentiras no mundo das visões. Estafa das noites de mesmas ladainhas, entoadas por dor e solidão.
Tenho garganta de pedra para as claves das aleluias, canto forte no silêncio para não calar e morrer. O que nasce da fala mostra a face, mente e se retira. O que a poesia inventa... Foi apenas o vento. Por isso, não controlo as palavras, não escavo os sentidos. Me sustenho no amargo e no mistério. Rabisco meteoros no céu branco das páginas, uni-versos que pulsam para sempre no infinito.
T@CITO/XANADU