A Clinomania Melancólica
Eu vejo no ser humano a morte,
Diariamente e intermitente,
Corteja entre o profano e a sorte,
Com o divino e o acaso latente.
Quando a cama muda de papel,
E no seu roteiro ela se torna leito,
Algo suga com o peso cruel,
Para dentro do malfadado peito.
Depois de injustiça e brutalidade,
A condição de vida em opacidade,
A dúvida atormenta em recordar.
Quando existir simplesmente cansa,
Perdendo em si toda a confiança,
Que nos livre deste fardo de acordar.