CONTEMPLANDO YANA MOURA
Sobre amplo espelho d'água
A nave deslisa
E nesta, a poetisa,
Cabelos ao vento, extensos
E soltos
Contemplam caudais silenciosos,
Nada revoltos.
No que se fazem focados
Os olhos da poetisa?
Versejos novos lhe são inspirados
Pelo sopro da brisa
Que deixam um tanto assim revoados
Os cabelos da poetisa?
Ou fitam os verdumes,
Quem sabe as espumas,
Uns e outros tão acalmados?
Uma branda saudade,
Uma quieta vontade?
Ou pensares nada conexos
À poesia?
Afinal, não é tão só de versos
Que se ocupa uma poetisa.
Quem responder saberia? (*)
(*) Texto inspirado pela contemplação de uma foto de Yana Moura postada no Recantodasletras