Amor temporal
O tempo,trindade absoluta...
passado
presente
futuro
Duas realidades
Uma ficção.
Meus olhos
Presenciam,
Transformam,
Num instante...
Fragmentos do futuro
Em imagens do passado
O futuro, presunção humana
Guarda o imaginário
O passado, sem escolha
Só lembranças
O presente, testemunho
Contraria a imaginação
Por um segundo
Transforma um sonho
Em decepção
O presente, inexistente
Máquina do tempo
Registrador infame
Goza do autor dos sonhos
Grava rapidamente
No banco dos tolos
A prova...
Ah, se houvesse um botão
No presente pra pausar
Quantas pausas eu daria
Gozar...Gozar...
Gozaria
Dedicada ao Povão
Vou construir a poesia típica
Daquelas que o povo gosta
Começo pelas palavras mais ditas:
Amor, Drama, Coração e Saudade
Durante milhões de anos
Maior repetição da história
O homem busca nos versos
Exprimir a sua glória
Parece que os sentimentos
Não mudam com o tempo
Gerações a gerações
Mesmo intento
É uma repetição maluca
Vai tempo
Vem tempo
E todo aquele momento
Dedicado à mesmice do coração
Desde os primórdios da espécie
Parece conspiração
O coração devanesce
Na mais pura emoção
E os versos vão surgindo
É o coração se exprimindo
No devaneio vou curtindo
Uma paixão projetada
No teclado vejo as letras
Brancas sobre o preto
Espero que revelem
Uma frase pra montar
O cursor fica piscando
Me hipnotisa, some e aparece
Assim como difere
A realidade da ficção
Me asseguro que seja fácil
Versejar para o povão
Qual palavra serve certo
Pra encaixar neste refrão
A primeira, com certeza
É amor sendo seguida
Da palavra tristeza
Poi se ela não é correspondida
Fica no drama a beleza
Um desamor cantado
Ilude a si o poeta
Que acha que o seu verso trará?
Autoengano cíclico...
No fim é um enorme ciclo
Amor adido
Amor perdido
Montanhas de poemas
Pra dizer
Tudo aquilo
que já foi dito.
Amor, Amizade, Coração... Meu vírus vital!