Antologia do Fogo
a palavra de amor me palavra
come nome resto
a palavra de amor nos palavra
e um buda de palavreado pobre
palavra flores no seu haicai...
a lógica do corpo me molha
e o fogo na boca do buda
espalha seu cheiro nos delírios do tempo.
meus porquês são azuis, Antônia...
e a folha branca continua esquecendo
em mim aqueles nomes claros...
João, Antônio, Manuel, Ana Flávia...
e o gelo-poema continua ferindo a página.
e estamos de novo na capital do sonho...
vejo você na dançarina louca da avenida Afonso Pena.
as cores dela são traços nus.
flores sem símbolos de linguagem.