Dúvidas
Noite de sábado, me afogando nas lembranças
Dos meus sonhos de criança,
Com uma vida longa, sonhos grandes, cheia de esperança.
Porém, me perdi no ritmo dessa dança.
Agora fico perdido no meio de toda essa gente,
Que fica me dizendo como eu devo agir ou pensar.
Querem me uniformizar, me padronizar,
Ou serei enterrado como indigente.
Eu não pedi pra nascer,
Meus pais não me viram crescer.
O que eu tenho que ser,
Se eu não sou aquilo que eu devia ser?
A quem devo perguntar?
Em qual Deus devo crer?
Quem as respostas irá me trazer?
Qual Deus devo culpar?
Pelas falhas que eu cometi,
Pelas pessoas que acometi,
Pelas verdades que omiti,
Pela pessoa que estou a me tornar,
As respostas em frente a um espelho vou encontrar?
Sou crucificado por aqueles que tenho que amar.
O nome da família não posso manchar,
Diplomas e honras tenho que trazer,
Mesmo que eu chegue no meu limite, prestes a enlouquecer.
Questiono toda noite minha sanidade:
Será que tudo isso é mesmo a realidade,
Ou mais alguma alucinação,
Devido a toda essa alienação?
Não posso me sentir deprimido,
Preciso dos meus comprimidos.
Me dê mais uma receita,
Eu não posso despertar mais nenhuma suspeita.
Tenho que me adaptar,
Tenho que suprir essas expectativas.
Tem que ser tomada alguma iniciativa
Para desta vez eu não falhar.
Nos meus antigos vícios não posso cair,
As vozes na minha cabeça não posso ouvir.
Mesmo que essa estrofe não seja puro,
Eu não temerei mais o escuro!