Sinos do Monastério

Venham, pedintes da última jornada

Bebam da fonte das fadas proibidas

Quedem ante às súplicas incontidas,

Abdiquem ora da glória inalcançada

Em minhas mãos, o bilhete da úitma passagem

De existências tais em sussuros e berros

De libações imersas em incendidos infernos

Evoco-lhes cavalgarem improvável coragem

Dancem, delirantes crianças,

Avancem do abismo à beira!

Deliciem a cobiçada cegueira

Eis minha alcova, eis minhas andanças

Meus olhos navegam rios de perdição

Minhas sinas, vastos oceanos de solidão

Meus licores, desejos vãos, inevitável partir

Devaneios em combustão, vermes a expelir!

Toquem os sinos de meu monastério!

A última memória de sua despedida

Dispam-se da esperança combalida

Erga-se da tumba sagrado mistério!

Venham, eternos gigantes babilônicos!

Negras nuvens em sonhos supersônicos

Revelem-se telúricas runas outrora sabidas

No deleite insaciável das fadas proibidas

Isaque
Enviado por Isaque em 07/01/2023
Reeditado em 22/03/2023
Código do texto: T7688734
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