Sinos do Monastério
Venham, pedintes da última jornada
Bebam da fonte das fadas proibidas
Quedem ante às súplicas incontidas,
Abdiquem ora da glória inalcançada
Em minhas mãos, o bilhete da úitma passagem
De existências tais em sussuros e berros
De libações imersas em incendidos infernos
Evoco-lhes cavalgarem improvável coragem
Dancem, delirantes crianças,
Avancem do abismo à beira!
Deliciem a cobiçada cegueira
Eis minha alcova, eis minhas andanças
Meus olhos navegam rios de perdição
Minhas sinas, vastos oceanos de solidão
Meus licores, desejos vãos, inevitável partir
Devaneios em combustão, vermes a expelir!
Toquem os sinos de meu monastério!
A última memória de sua despedida
Dispam-se da esperança combalida
Erga-se da tumba sagrado mistério!
Venham, eternos gigantes babilônicos!
Negras nuvens em sonhos supersônicos
Revelem-se telúricas runas outrora sabidas
No deleite insaciável das fadas proibidas