O Candelabro

É noite! A escuridão cai pesada

na catedral da vida, e o silêncio

reina absoluto, completamente intenso,

por toda a extensão da fria madrugada.

O relógio bate, os ponteiros correm.

Nas vidraças, pingos de chuva escorrem.

Em seu interior nada se ouve, mas eu,

ouço o ruído do silêncio no breu.

A fraca luz ilumina o salão.

Entregue aos livros, fujo da solidão,

ou engano, não sei se a mim ou a ela,

na pálida claridade, triste, amarela.

Os ponteiros se cruzam! Ventos uivantes

invadem minha alma nesse instante.

Escrevo seu nome em minha imaginação

com letras forjadas em meu coração.

Volto-me à janela, percebo um vulto.

Talvez a solidão seja meu fantasma oculto,

que tenta me dominar neste cenário macabro,

iluminado pela chama de um frio candelabro.

(Publicado pela primeira vez em Ondas Poéticas – Darda Editora e depois em Vidas de Areia- livro solo do autor)

Alexandre Menphis Escritor
Enviado por Alexandre Menphis Escritor em 03/12/2022
Código do texto: T7663501
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