Louca

Ah! Se delírio fosse eloquente

Num sorriso, os seus dentes

Seriam a eloquência da louca!

Onde a voragem da felicidade

É a cidade demente

E a vida postergada

Vive antes da amada

Jogada como serpente

Não seria tal ironia

Entre os lobos, a fobia

De ver uma dama entre dentes ?

Como pode o quociente

Fazer consigo soma

Se entre as moças, se assoma

Essa ordem tão fremente?

É o sangue e a mostarda

Catchup pinta a farda

Da bulimia que vomita

A comida na marmita

Onde come a mesma fada

Se sentindo tão amada

Como fosse um churrasco

Já queimando o meu asco

A bater o mesmo taco

Dessa vida rebuscada

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 20/11/2022
Código do texto: T7653783
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