A entrada do inferno de uma mulher
Meu corpo ainda respira
Mas o meu coração
Foi sufocado com as palavras.
Eu carrego feridas
Que não cicatrizam
Eu uso uma máscara congelada
Porque a frieza é a única armadura
Para os corações quebrados
Ainda assim, eles nos julgam
Mas eles nem imaginam que
As minhas lágrimas foram silenciadas
Porque a decepção foi tamanha
Que despedaçou até a minha alma.
Abraçada pela solidão, eu suspiro
Arranhada pelo o medo, eu respiro
Eu não consigo me encarar no espelho
Porque estou assustada
Porque me tornei aquilo que eu tanto criticava.
Pessimista, eu?
Eu só não consigo mais
Fingir uma pessoa que eu nunca vou ser.
De mulher para mulher
Assuma!
Que a nossa mudança não é por nada
Mas sim, por excesso de cansaço.
Eu também sou como você
Eu sou ótima em dar conselhos, sabia?
Mas sou péssima para me aconselhar
Esse poema te envolve e fala com você
Já perdi as contas das vezes que
Eu só queria ficar sozinha
Mas eles nunca me entendiam
E só faziam me cobrar.
A entrada para o inferno começa na mente
Existem pessoas que mudam a nossa vida
E outras que só queremos apagar
Continue a me ler
Mas tenha cuidado
Porque a minha dor pode te assustar.
Carrego marcas que me sufocam
Vivemos um constante inferno
E ele se materializa
Quando deixamos de nos amar.
Por que vocês insistem tanto
Em dizer uma mulher é fria
Carregamos a frieza no olhar
E a tristeza no coração
A nossa dor é pelo excesso de cobrança
E pela falta de apoio.
A nossa dor é viver em um mundo
Onde o corpo é mais visto
E os nossos sentimentos
São deixados de lado.
De frente para o inferno
Que vocês colocaram o nome de espelho.
Eu resolvi entrar
Para conseguir entender o que eu sinto
Eu preciso sentir
Deixar essa dor transbordar
Para ouvir o que os meus fantasmas
Querem tanto me falar.