Crises existências – II
Crises existências – II
Os meus versos são uma âncora
Que eu tive que agarrar para
Conseguir sobreviver.
Chove lá fora
Mas transborda aqui dentro
Escondi as minhas lágrimas
Entre as águas que caem do céu.
A inocência está sendo roubada dos corações
Porque o mundo nos obriga a sobreviver
Mas ele não nos mostra
Como podemos lidar com as situações.
O ser humano precisa do seu momento
Para que você escute
Os gritos que ecoam dentro do seu silêncio.
Escrever é sentir dores
E perceber que os seus leitores
Precisam de alguém que os abrace
E não que os apontem.
Escrever é expor as suas dores
O seu choro não é fragilidade
Mas é a sua alma dizendo que
Temos que colocar para fora essa dor.
Fomos ensinados que devemos amar
Mas ninguém nos disse
Que também se amadurece pela dor
A tristeza molda os corações
Porque aquele que não sofreu por algo
Jamais irá valorizar
Tudo aquilo que ele passou.
Eles não entendem
Que um questionamento só acontece
Quando aprendemos a ouvir primeiro.
Eles usam máscaras
Moldam sorrisos
Para esconderem as tristezas
Que carregam nos seus corações.
Entramos em pânico
Porque buscamos entender
O que era apenas para sentir
Entramos em pânico
Quando percebemos que
Não temos as respostas
Para as perguntas que fazemos.
A mulher responde que “está tudo bem”
Quando na verdade
Ela foi feita em pedaços
Pelas palavras malditas
Que afetam o seu corpo
E cortam a sua alma em silêncio.
Li poemas que arranharam a minha alma
Recebi abraços que me reiniciaram completamente
Eu fiquei em silêncio para evitar decepções
Mas acabei encontrando
Os meus fantasmas dentro dele.
As máscaras do ser são criadas
Porque temos medo de expor
Os nossos sentimentos
Para pessoas erradas.
Nesse mundo nós percebemos que
É muito questionamento
Para pouco entendimento
É muita aparência
Para pouca essência.
São muitas pessoas vivas por fora
Mas mortas por dentro
Essa é uma geração que carrega
Muitas decepções
Para poucas reflexões.