Teus olhos sob meu caixão vazio

Há tempos que o tempo sem sentido

Insiste em nos tornar peças mudas,

E não desiste em ti mostrar

O ponto fraco que existe entre o ser e as sombras.

O caminho é vago e não há certeza

A lei que extinta a esperança perdida de uma vida que se vai...

(Latromodem - Calafrios)

O ardor de teu corpo que tanto já não sinto me assombra,

Teu olhar de luzes brandas apavora minha lembrança,

A dor que vivo encobre a turva visão deste lugar oculto em meu próprio vulto...

Os calafrios teus ainda residem sob o leito agudo que um dia foi meu;

O leito que jamais tomei lugar por assim saber que jamais respondi(– Case comigo? –)

Consolação não persiste em ficar.

As dores fúnebres me enlaçam e teu olhar que me fitava desfeito em lágrimas está.

Nossos fantasmas de encontro sabiam que eu jamais responderia o teu(– Case-se comigo... –)

Nada há além do que já via;

A escuridão dos sete palmos em meu caixão vazio.

A intensa dor memoranda a ti pertence, tua falta e teus olhos fundos a pedir...

A alvorada sombria de encarar a dama de grinalda negra acima se quedou.

E como no valsar de líricos dizeres somente uma frase comigo:

Esse sempre será meu único castigo a meu lado não ter teu abrigo;

“Não a remédio para o caos ou para o tédio somente o suicídio”.

Júlia Trevas
Enviado por Júlia Trevas em 13/01/2019
Reeditado em 14/01/2019
Código do texto: T6550352
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