LOIRA DO ALGODÃO
Loira e bonita.
Olhares mais frios do que o gelo.
Queria meu sangue.
Solo de cítara
Acompanhara todo meu desespero,
O de ficar exangue.
Ecos de meus antigos passos
Nas avenidas hoje tidas como ruas.
Havia ânsia por abraços.
Essa é a verdade nua e crua.
A loira sumiu-se com a neblina.
O eucalipto, por testemunha,
Viu também fechar o Bar do Coronel.
Contudo, a entrevia a cada esquina.
Uma frialdade de corpo de múmia
Tomava-me sem escarcéu.
Talvez encontre-se nas nuvens de algodão
Multicolorizadas pelo ocaso de outono;
Talvez nossos lábios nunca saberão
E se encontrem só no sono.