MORTO AO AMANHECER.

Acabo de olhar pela vidraça da minha alma, os cacos de vidro estão batendo contra o meu corpo nu. Todo o meu orgulho e os meus medos ,estão sendo dilacerados e as minhas feridas estão sendo completamente expostas como um grande câncer, que estava corroendo todo o meu corpo.

As minhas cicatrizes fedem á remorso, medo e vinho barato...

Mas finalmente, depois de tanto tempo

Tudo está sendo exposto na luz

Para receber o real tratamento de que precisa.

Eu já estou começando a sentir os raios do sol queimarem

Tudo que estava podre em mim.

Começo a sentir toda dor e confusão mental saírem da minha mente, meu cérebro lateja, e o meu coração adormece

E sinto todas as luzes do meu corpo sendo apagadas

Uma a uma, não sei dizer se isto é bom ou ruim.

Só sei dizer que finalmente algo começa a fazer sentido

É como se escamas estivessem sendo retiradas dos meus olhos,

Antes eu tinha olhos mas não enxergava, agora não tenho olhos mas enxergo.

Meus olhos foram arrancados por um punhal de prata

Fui ferido por mãos que outrora

Acariciaram meu corpo jovem e cansado

Meu peito foi rasgado em meio há um “eu te amo” dito de maneira leviana.

Agora eu me encontro caído no quintal da minha casa

Em meio á o cemitério dos anjos

Uma estaca de madeira está perfurando o meu coração neste momento

É isso que me impede de eu me levantar.

Meu corpo está contemplando algo que há muito tempo

A escuridão havia feito eu me esquecer, o nascer do sol.

Em todo o seu esplendor o sol vem nascendo por de tráz das montanhas

E é a vista mais linda, que eu já vi, nesses meus 150 anos de existência

Meu nome é AZEVEDO,

E eu era um vampiro.

Luan Ribeiro
Enviado por Luan Ribeiro em 29/05/2018
Reeditado em 29/05/2018
Código do texto: T6349875
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