Dama
As flores crescem nas montanhas para enfeitá-las para o céu
E quando a noite chega feito uma cafetina deslumbrada
Apresenta-lhe os astros
Que questão indecorosa!
Que audácia!
Belos, viris e esnobes...
Mas quem não alcança quem?
Não é justo exibir a beleza sem molestar a imaginação do universo
Esta dama é inimiga da perfeição, é desastrada
Embora pontual e bem vestida
Quantas promessas em vão!
Que subversiva!
Estas flores são testemunhas...
Mas de quem e para quem?
Há um caminho que vai para o topo onde a alma viceja calada
Mas nem sempre a lua está presente na solidão
Para angariar suspiros
Quanta vida intercalada!
Que sol inclemente!
Tanta bondade desta dama...
Mas enfim, para que fim?
São tantos os problemas para que as flores cresçam perfumadas
Mesmo que a montanha erga os braços para céu
O infinito se ausenta deliberadamente
Que dama profunda!
Quanta luz há em tua dimensão!
A vida caminha de revés...
Veio de onde e segue para aonde?