Dança escarlate

O pôr do sol vermelho como sangue cessou.

Toda a claridade fora dissimulada em obscuridade.

A noite é tão bela,

Quanto o brilho enigmático de nossos corações.

A dança continua sob as margens deste lago,

Que com o cair da noite

De um escarlate sangrento,

Transmuta-se ao sombrio cabalístico.

O bailado não pode acabar.

Este é o nosso romance,

Sendo construído por passos desta dança hermética.

Não se rechace de mim, meu amor.

Permita que toda a sua agonia,

Se dissipe em meus braços.

E consinta que teus soluços padecidos em lágrimas,

Escorram sob meu ombro,

Neste ritmo fortunoso sob meu olhar.

Os espinhos álgidos da noite nos retalham.

Delegue-se em mim,

Perca-se no calor deste amor fúnebre

Até o dia em que esta azáfama dos nossos corpos,

Padeça perante o prelúdio do fim: a morte.

Abstract Androgynous
Enviado por Abstract Androgynous em 23/10/2016
Código do texto: T5801183
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