Sentidos
Dias plúmbeos, são tais, harmonizados por vários crepúsculos
Quando seu sorriso evidente não se faz.
Melancólicas notas inaudíveis, no entanto ressonantes com o corpo,
Que ainda sim tocam os insensíveis.
Cores em locais perfeitamente sitiados, de texturas tais,
Apreciadas por cegos que ali pousarem os dedos.
Dias tempestuosos quando se sopra o vento do pensamento
E se inunda com as águas do tormento (“por quê?”)
Noites luzidas, quando o tato não se faz presente
E o regozijo do toque é negado aos vivos, quão almas entorpecidas.
Sabores transparentes e insensíveis degustados por lábio frios,
Que mudos encantam os infortunados.
O silêncio, então, se torna uma bela sinfonia
Onde arranjos mudos, dissonâncias inexistentes... Tudo... Se combina...
O letargo cessa, quando acaba a melodia surda
Para aqueles que não mais tem pressa.