Despropósito

Meu ser estarrecido

Fita em mim um horizonte desconhecido.

As horas absurdas e sem fim

Me escorrem por entre os dedos hirtos,

E o abismo que há entre o que eu era

E o que sou fica maior ainda.

A solidão bate à porta

Do que sou hoje,

Ou do que restou do que eu era ontem.

De morte em morte,

Teço redes em que me vou perdendo;

Tudo o que faço

Me parece tão sem propósito...

Jó C de Andrade
Enviado por Jó C de Andrade em 17/02/2015
Código do texto: T5140757
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