Despropósito
Meu ser estarrecido
Fita em mim um horizonte desconhecido.
As horas absurdas e sem fim
Me escorrem por entre os dedos hirtos,
E o abismo que há entre o que eu era
E o que sou fica maior ainda.
A solidão bate à porta
Do que sou hoje,
Ou do que restou do que eu era ontem.
De morte em morte,
Teço redes em que me vou perdendo;
Tudo o que faço
Me parece tão sem propósito...