Padecer
Estou na beira de uma ponte
Na sombra de um limoeiro
Desviando dos espinhos
E colhendo as sementes
Daquilo que plantei
E não mais irá nascer
Como uma pomba ao vento
Corro ao anoitecer
Na escuridão do meu ser
Vivo a padecer
Cavando a cova do meu viver
Estremecendo meu ser
Onde só o amanhã poderá dizer
O que serei e onde estarei
Depois dessa vida de incertezas
Onde minha alma se encontra
Constantemente a padecer