ALMAS LIVRES.
Antes e depois da escuridão
No interlúdio um momento de luz
Relâmpagos estrondeantes e anônimos
Fazem repicar e rebimbar as sombras,
Guardiões da noite, bailam na aragem gélida.
As asas abertas enlevam as alturas os corvos
Ocultos, nos corpos emplumados, as almas...
Mudam (as almas), de lugar nessa hora encantada,
Nas igrejas os bronzes dos badalos soam
A cada espectro que foge do limbo!
Há quem diga que fortes mãos embalam a toada
Neste reino de eternos crocitarem aos gemidos e medos...
Quem de nós teria força e alento para tange-los?
Extraindo sons lúgubres dos sinos na sua cúpula.
Após algum silêncio, breves momentos...
Longas gargalhadas ceifam o vazio
Preenche os ares do que seriam lamentos
Mas, na verdade, é tão somente
O grasnar da liberdade na noite fria.
PS. Arte: Aves negras.
Paul Kreemx
adonispoesias.blogspot.com