Predador e presa
Me sinto como um pássaro engaiolado.
Tenho asas, mas limitaram meu céu.
Tenho garras que foram podadas.
Tenho voz, mas hoje querem arrancá-la.
Talvez no fim eu deva ser um gato.
Felino domado que acredita comandar.
Pulguento, sarnento;
Alguém que todos fingem adorar.
Ainda assim, continuo sendo um pássaro.
Ave de rapina que mata sem dó.
Penugem escura para caçada noturna,
Voz estridente para o grito de luta.
Não sou submissa;
Felina adestrada.
Sou como uma águia mortífera;
Ai de quem tentar domá-la.