TARDE ESTELAR
Está quase noite e falta-me luar, porém brotam estrelas
Delicadas embora fulgentes
No côncavo firmamento
Que se move calado com a inclinação da terra
São estrelas à dança de vagalumes gotejando luzernas
Em bagos de chuva
Por sobre campinas ante mim —
Que temporada é esta que chega com o fluxo dos rios?
Na maioria das vezes, o sonho promete vir pertencer
A essa paisagem savana que se alonga para as veigas
Aonde as sombras deitam-se de bruços na argila
E o aroma dos tubérculos é expelido ao mar
Como em sortidas cantilenas no ar —
Sinto fascínio em cada centelha, a cada altura em voo
Pelos arbustos da colina que me são familiares
Pois as estrelas se compõem e observam ao redor
Como belas damas desejando que alguém as cobiçasse
É a lembrança que guardarei dessa tarde estelar.
Redigido em Kimbundu.
Tradução portuguesa do autor.