PONTO DE REGRESSÃO
Parte-se na pátria avante
com o discurso adiante
do modo mais antropófago
que o passo do retrógrado
parece, no solo, a pegada
do antigo e morto dinossauro,
caminhando, doravante, ao nada
e o meteoro no seu encalço,
a carne na boca mastigando,
sem saber que regurgitado
o alimento na garganta entalado
em si o está matando,
porque Carvalho, o sábio mestre,
lhe dizia: encolhe e te aquece
que quando a poeira baixar
haverá um novo mundo a dominar
em Nagasaki e Hiroshima,
perto longe doutra linha,
[em Ratanabá]
na palavra o Douto assina,
assimila o corte e assim imita
tão pobre e limitado estardalhaço
destes condenados por panelaço.
[Poema escrito no dia 06 de agosto de 2015]