INFLAÇÃO
O preço do feijão não goza do valor
do grão em caldo fumegante,
o peso da inflação transborda a dor
do preço pro prato figurante,
na prateleira a fome caminhante
urra no brilho fosco do custo
e traduz-se no grito: absurdo!
Soma-se então a miséria
à imagem refletida do exorbitante,
no bolso não cabe amnésia
comprava ontem, hoje não compro,
comia ontem, hoje não como,
fica na boca o gosto acre da míngua
enquanto a barriga exige o desagravo:
É a peste, a doença, a guerra?
São os comunas, as urnas, os embargos?
É o diabo marchando na terra?
É a inépcia do (des)governo Bolsonaro!