A revolta ecoa
Esse looping que chamamos de vida
virou rotina infinita
O salário do proletário
é o cansaço de cada dia
O dinheiro mal dá pra comida
muito menos pro presente da filha
Triste vida sofrida
Eles não veem sua correria
julgam sua cor com muita ousadia
Vivem em bairros nobres e urbanizados
enquanto há ruas que nem tem asfalto
Cuidado é fato, eles andam armados
se olham pra mim acham que é assalto
Mas eu grito alto, não quero enquadro !
Eu venho do alto e não me rebaixo
O buraco é mais baixo e bem mais profundo
cadê a prefeitura não tapa esse furo
Poesia falada que abala os mundos
agora estudados conquistamos tudo
Educação sem competição
Existe talento e dedicação
a diferença é a condição
os ricos têm e os pobres não
O amor existe e não é valorizado
A arte resiste com os dedos cortados
Na natureza resiliência
Na sociedade muita premência
A ganância é o pior dos pecados
falsos justos políticos no ato
carro estacionado motorista parado
Tempo congelado com ar condicionado
Não sei o que é isso tenho bicicleta
O Sol que ilumina reflete na testa
Às vezes confunde e me deixa cega
Não muda as buzinas que levo na pressa
muitos dizem que isso é sequela
que é culpa da roupa que veste a donzela
onde há paz não existe guerra
Revolta do povo que cansou da miséria.