Crianças

Crianças jogadas ao vento

Perdidas no tempo ou no valão

Crianças despojadas de tudo, de seus direitos

Sem um pedaço de pão

Crianças que trazem nos olhos

Apenas a certeza da solidão

Que esperam por um carinho, um afago quentinho

Um aperto de mão

Crianças que vejo nas ruas

Com fome e com frio rolando no chão

Crianças que são o abandono

da nossa Nação

Crianças que nunca têm sonhos

Que vivem na esquina para um ganha pão

Crianças que vivem sozinhas em seus corações

Que País é esse que deixa crianças

Tão sem escolhas?

Que aprendem depressa os males nas parcas ruelas

É a sua lição, a sobrevivência.

Crianças que não sabem amar porque simplesmente

não lhe deram amor, crianças que passam na vida

e só conhecem a dor.

Depois essas crianças crescem e não esquecem jamais

Da sociedade hipócrita que os relegou

A uma vida insana, sem dó e sem coração.

Então como cobrar desta triste criança

Que somente queria

Ser criança... sem exclusão.