Amor e liberdade

Em meio à dialética social da vida íntima

Quisera o amor poder gritar em liberdade

Mas sua voz, em breve falsete, quase ínfima

Desafia a ordem “jusfamiliar” da sociedade.

Dois corações que se escolhem mutuamente

Batem uníssonos em seus corpos individuais

São espíritos livres que se querem igualmente

E compartilham o amor em prazeres especiais

Mas em sendo livres cada um é cada um...

Os seus corpos são só seus, de ninguém mais

Dentre todos os espólios da vida em comum

O corpo se isenta dos tais débitos conjugais

Casamento não é Contrato Compra e Venda

E a Certidão não tem o valor duma Escritura

União Estável não pressupõe a escravatura

Amor e prazer são sentimentos em oferenda.

Se a justiça atual também entende e reconhece

Que o corpo é um bem cuja posse é privativa

Por que muita gente esse direito desconhece

E vive sujeita ao jugo como mera alma cativa?

Que o conhecimento se espalhe em toda parte

Liberte o corpo e do pensamento esse clamor

Encontre eco para além do tempo e desta arte

E assim, mais nada roube a eloquência do amor.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 04/07/2021
Código do texto: T7292637
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