Barroco
O dualismo invade a minha mente
Nesses dias de dor
Quando o mundo covardemente
Nos afasta do amor
São as coisas que vejo
Que tão juntas se tornam
Apesar de serem antíteses
Mas que paradoxos se formam
É o nascer do dia a se encontrar
Com o findar da noite
É o ódio que do nada surge
E afeta tudo
É a morte a desafiar a vida
É o pesar a derrubar a sorte
É a terra a invadir o mar
É a paz a perder a guerra
É o rico a padecer no leito que o pobre lhe cedeu
É o livor do homem que comprou o banco de sangue
É a gripe que mata o vigor
É o mangue onde há cardume de trutas
É a liberdade que aprisiona a voz
É o algoz que volta atrás
É o satanás a rezar o terço
É pois o começo do fim