Barroco

O dualismo invade a minha mente

Nesses dias de dor

Quando o mundo covardemente

Nos afasta do amor

São as coisas que vejo

Que tão juntas se tornam

Apesar de serem antíteses

Mas que paradoxos se formam

É o nascer do dia a se encontrar

Com o findar da noite

É o ódio que do nada surge

E afeta tudo

É a morte a desafiar a vida

É o pesar a derrubar a sorte

É a terra a invadir o mar

É a paz a perder a guerra

É o rico a padecer no leito que o pobre lhe cedeu

É o livor do homem que comprou o banco de sangue

É a gripe que mata o vigor

É o mangue onde há cardume de trutas

É a liberdade que aprisiona a voz

É o algoz que volta atrás

É o satanás a rezar o terço

É pois o começo do fim

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 24/03/2021
Reeditado em 24/03/2021
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