Urbanização

Bolhas de chuva

No esgoto a céu aberto

Futuro incerto

Nessa selva de concreto

Sinal vermelho

Olhar sempre atento

No tranco violento

Do caos, engarrafamento

Árvores secas

Poluição, neblina

Violência, adrenalina

Aroma de gasolina

Num viaduto

Ingratidão que some

Vendo família sem nome

Debaixo, passando fome

Sol ardente, meio-dia

Asfalto abrasador

Ondas de calor

Pulso desesperador

Vão-se uns, voltam outros

Mas o tempo nunca pára

Para cada ferida que sara

Cura simples, joia rara

Com descanso de Apolo

Caos se torna ser soturno

Condenado troca o turno

Vira réu do mal noturno

Sobra o esperar ao dia

Para repetir lição

Da experiência, execução

De ser urbanização.

Gabriel Luiz
Enviado por Gabriel Luiz em 05/03/2021
Código do texto: T7199420
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