"Homens sem Alma"
"Homens sem Alma"
Amontoados corpos nus,
Em convés de navios negreiros,
Correntes me prendem,
Feito raízes enfiadas no chão.
Traficados e condenados,
Ao trabalho escravo árduo,
Sobre sol alaranjado,
Castigo infundado por ser Negro.
Roubados de minha terra,
E acordado pelo chicote estralado,
Mistura-se o encarnado do sangue,
Sobre a cor de minha pele negra.
Dores não sinto,
No tronco fazem-se em gritos,
O valor da saudade,
E As lágrimas que clamam liberdade.
Em coral no canavial,
Escuta-se as vozes sofridas,
De meus irmãos de cor uma canção,
Passada de geração em geração.
Na beira do rios minhas irmãs,
Chorosas por seus filhos perdidos,
Em único ritmo lavam as roupas,
Cantando a mesma canção.
Liberdades onde esconde-se,
Venha ao meu encontro,
Ou vou eu ao seu encontro,
Liberdade quero ser filho teu.
Não fuja de mim,
Quero consolo teu,
Me abrace com carinho,
Não Espere eu morrer.
Liberdades onde esconde-se,
Venha ao meu encontro,
Ou vou eu ao seu encontro,
Liberdade quero ser filho teu.
Não fuja de mim,
Quero consolo teu,
Me abrace com carinho,
Não Espere eu morrer.
Noutro dia continua labuta diária.
Amaldiçoado pela ambição alheia,
Máscara de caras pálidas,
Usa-nos para aumentar sua riqueza.
Nessa guerra banhadas por luta,
Ficam tatuadas cicatrizes feitas,
Por chicotes de homens sem almas,
Grito liberdade ou morrerei tentando.
Thiago Sotthero